Hoje tem espetáculo? Tem, sim sinhô.
É às oito da noite? É, sim sinhô.
Hoje tem marmelada? Tem, sim sinhô.
Hoje tem goiabada? Tem, sim sinhô.
É de noite? É de dia? É, sim sinhô.
Mas o palhaço, o que é? É ladrão de mulhé.
E o palhaço, o que é? É ladrão de mulhé.
E o palhaço, quem foi? Foi ladrão de boi.
É às oito da noite? É, sim sinhô.
Hoje tem marmelada? Tem, sim sinhô.
Hoje tem goiabada? Tem, sim sinhô.
É de noite? É de dia? É, sim sinhô.
Mas o palhaço, o que é? É ladrão de mulhé.
E o palhaço, o que é? É ladrão de mulhé.
E o palhaço, quem foi? Foi ladrão de boi.
Essa é uma parte da famosa chula do palhaço. Chulas são as musicas de perguntas e respostas cantadas pelos palhaços.
Isso tem me lembrado o que ocorre nas cidades brasileiras onde a essa época é discutida a LDO dos Municípios, Estados e União.
A LDO de acordo com a Constituição de 1988 deve, no mínimo, identificar os seguintes itens:
· Estabelecer as metas e prioridades da administração, incluindo as despesas de capital previstas para o exercício seguinte;
· Estabelecer critérios para elaboração da lei orçamentária anual, explicando onde serão feitos os maiores investimentos, o valor que caberá ao Legislativo, o percentual para abertura de créditos suplementares e outras informações prévias sobre o futuro Orçamento;
· Estabelecer as alterações programadas na legislação tributária, informando quais as medidas que pretende aplicar na política de tributos;
· Estabelecer os critérios que pretende implantar na política de Pessoal, na lei de cargos e salários, no ordenamento salarial, na reestruturação de carreiras etc. Importante ressaltar que serão nulas as despesas de pessoal não previstas na LDO.
Infelizmente são poucos os que conseguem cumprir esses itens, tornado-se a aprovação da LDO num mero espetáculo onde de um lado ficam os espectadores e do outro os palhaços. Difícil mesmo é descobrir quem é quem.
Na minha cidade, Santa Rita, estamos tentando decifrar a complicada peça orçamentária, mas nos falta experiência no assunto. Somos uma sociedade muito nova com legislação avançada e uma população apática, com políticos despreparados, não por culpa especificamente deles, mas de toda uma conjuntura que converge para a inércia política a qual estamos reféns, quem sabe, até meados do século XXII.
Como ninguém vai estar vivo pra presenciar a plenitude democrática de nosso País, resta-nos rir, rir, rir e ao fim chorar de rir.
Hoje tem espetáculo? Tem, sim sinhô.
E o palhaço, o que é? É ladrão de mulhé.Marcos Ferraz
Auditor Contábil
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