domingo, 13 de março de 2011

Quinto dos infernos

Tentamos compreender o que significa o termo “Quinto dos infernos”, encontrarmos uma polêmica instalada, há muitas hipóteses para sua origem.

Uma corrente associa o termo quintos ao imposto de 20% cobrados pela coroa portuguesa sobre todo o ouro fundido no Brasil. Em Parati, Rio de Janeiro, até hoje existe a velha Casa dos Quintos. O navio que levava a Lisboa o produto dessa arrecadação era a nau dos quintos; por causa da antipatia que os brasileiros sentiam por esse tributo, teria sido agregada a locução "dos infernos", ficando então completa a expressão.

Outra corrente volta-se para Quintos, uma das freguesias de Beja, em Portugal. Como estava situada, na Idade Média, no limite do território português, a localidade era alvo constante das investidas dos chefes árabes que dominavam grande parte da Península Ibérica, o que tornava infernal a vida nessas paragens. Daí teria vindo o hábito de arrenegar os desafetos e inimigos, mandando-os para "os Quintos dos infernos".

Eu cresci ouvindo essa expressão, não no sentido de amaldiçoar alguém, mas sim para indicar algo que fica muito longe, lá nos confins - assim como nos cafundós do Judas, lá onde o diabo perdeu as botas, lá onde o vento faz a curva.

Na obra: Divina Comédia, de Dante Alighieri, uma das três partes deste livro descreve o Inferno (não "os infernos"), concebido topograficamente mais ou menos como o garimpo da Serra Pelada (uma montanha com círculos descendentes). São nove os círculos deste inferno; em cada círculo são punidos diferentes tipos de pecados. No quinto, que é um dos menos impressionantes, ficam os iracundos (que foram tomados pela ira) - nada que se relacione com a nossa expressão.

Mais recentemente cita-se o termo referindo-se a um político que foi eleito sem méritos para tal, ou talvez com muitos méritos por ter infringido o “Quinto” mandamento em sua adolescência, e por ter se ausentado do Brasil, não foi julgado e sim eleito, e seus adversários quando querem falar mal dele refere-se ao mesmo como “Quinto dos infernos”, mas essa é uma outra estória.

         Ou será história?

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